Meu amigo é diferente?! Orientações para conversar com a turma
Fabiana Leme de Oliveira
A diferença e a diversidade fazem parte da sociedade. Mas as deficiências, os transtornos e os comportamentos atípicos podem causar muita estranheza, muitas dúvidas.
Desconhecimento, incompreensão, afastamento e medo são respostas ainda comuns e a escola têm um papel fundamental educando as crianças para o respeito à diversidade e a construção de uma sociedade mais inclusiva.
O diálogo entre os colegas de classe é fundamental.
É preciso que dúvidas, inseguranças e opiniões tenham espaço de discussão na sala de aula.
Por isso separamos 5 orientações importantes para auxiliar professores nessa tarefa, que está contemplada inclusive na nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
1. Informe-se!
O conhecimento é fundamental para vencer preconceitos.
Quando não conhecemos uma questão, muitos mitos se formam em seu entorno, então antes de conversar com a turma informe-se:
- O que é essa deficiência? O que é autismo? Como são as expectativas atuais? Quais são os termos corretos?
Assim você terá mais segurança e condições de responder às perguntas que aparecerão;
2. Pessoa com deficiência
Utilize os termos corretos!
Na escola temos a função de educar e precisamos vencer o preconceito que certas nomenclaturas nos apresentam.
"Excepcional, deficiente, com necessidade especial, inclusão." Atualmente esses termos não são mais adequados, pois, o Brasil faz parte da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (DECRETO Nº 6.949, DE 25 DE AGOSTO DE 2009.) onde institui o termo pessoa com deficiência como a nomenclatura correta.
3. Planeje o momento da conversa
Ao planejar os momentos de conversa e informação da turma é preciso considerar:
- Faixa etária: Utilize recursos adequados para cada faixa etária. Livros infantis, histórias em quadrinho e desenhos podem auxiliar as crianças a compreenderem as dificuldades e as potencialidades de uma pessoa com deficiência ou com autismo.
- Para alunos mais velhos é possível utilizar filmes, curta metragens, vídeos de influenciadores digitais, pesquisa em reportagens para desmistificar questões relacionadas às potencialidades de uma pessoa com deficiência ou com autismo.
- Informe seu aluno com deficiência ou com autismo que fará essa conversa com a turma, deixe-o confortável explicando a necessidade de educar a sociedade para que ela se torne mais inclusiva;
- Esteja preparado para responder perguntas simples, mas muitas vezes diretas: Por que ele não fala? Por que ela não anda? Ele não faz a lição ainda? Responda com naturalidade e sempre enfatize as potencialidades e o desenvolvimento de todos;
- Esclareça sobre as diferentes tecnologias assistivas que o aluno utiliza: cadeiras de rodas, bengalas, pranchas de comunicação, tesouras adaptadas enfim fale da importância e que é responsabilidade de todos zelar por esses importantes materiais; Se o aluno for mais velho e sentir-se confortável ele pode demonstrar como utiliza e esclarecer quando e como pode ser ajudado
4. Dicas de materiais para conversar com as crianças
O livro conta a história de dois coleguinhas de escola. Bia, que é a narradora, percebe que seu colega Nil tem alguns comportamentos diferentes.
Orientada pela professora, começa a observá-lo para tentar compreendê-lo.
Uma ótima forma de ensinar as crianças a encararem a diversidade como algo natural e positivo!
Com personagens variados a Turma da Mônica traz a discussão da inclusão social de maneira divertida e muito informativa. Além disso a representatividade nos quadrinhos amplia o debate social sobre as questões referentes a pessoa com deficiência, seus direitos e suas possibilidades. Conheça o quadrinho Inclusão Social aqui.
O intuito da publicação é auxiliar pais, educadores e profissionais de saúde a identificarem sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças. Feita em parceria com o quadrinista Ziraldo, a cartilha explica como ajudar as crianças que apresentam sintomas do transtorno.
5. Sugestões para conversar com jovens e adultos
A Campanha realizada pelo Instituto Mara Gabrilli
"Dê uma ajudinha a si mesmo, reveja seus conceitos", aborda a convivência entre pessoas com e sem deficiência. Nela, personagens com diferentes tipos de deficiência dramatizam situações cômicas cotidianas presentes no convívio com pessoas sem deficiência. O roteiro foi elaborado a partir de relatos de pessoas com deficiência.
São 4 filmes, com 45 segundos de duração cada.
Utilizar influenciadores digitais que relatam o dia a dia a partir do seu ponto de vista também é um recurso bem importante. Por exemplo o canal Diário de um autista por Marcos Petry que relata em primeiro pessoa diferentes situações e esclarece muitas dúvidas de uma forma bem humorada e de fácil compreensão.
Conheça também o INCLUzap, nossa lista de transmissão no WhatsApp com muito conteúdo e informação.
Como funciona?