Adaptação de atividades na Educação de Jovens e Adultos
Adaptação de atividades na Educação de Jovens e Adultos
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é a modalidade de ensino destinada a garantir os direitos educativos dessa numerosa população com 15 anos ou mais que não teve acesso ou interrompeu estudos antes de concluir a Educação Básica.
Esta modalidade não é definida unicamente pelo recorte de faixa etária e sim pela condição de exclusão socioeconômica, cultural e educacional da parcela da população que constitui seu público-alvo.
E também nesta modalidade o foco em garantir a aprendizagem de todos é fundamental, então precisamos refletir sobre os estudantes com deficiência ou com transtornos do espectro autista também neste contexto.
Um dos maiores desafios é buscar o acesso ao currículo respeitando a diversidade sem infantilizar o estudante, mesmo aqueles que apresentam maiores dificuldades no seu processo de ensino e aprendizagem.
Neste sentido vamos apresentar algumas orientações elaboradas pelas professoras Betina de A. Caballeria e Mirtes Bueno de Freitas para apresentação formativa na rede de ensino onde elas atuam como professoras de Educação Especial.
Objetivos
O foco das sugestões a seguir são auxiliar aos professores a compreender que podemos [e devemos] oferecer atividades significativas, que promovem a aprendizagem do estudante através de atividades que valorizam suas habilidades, buscam uma metodologia ativa e contemplam o currículo proposto para toda turma.
Neste sentido o foco da atuação do professor ou professora da turma deverá desde o planejamento contemplar as diferentes formas de aprender, interagir e elaborar o conhecimento, por isto estas atividades não são "atividades especiais para alunos X ou alunos Y" e sim sugestões para ampliar o olhar do docente para além das dificuldades, para que ele possa ver as possibilidades.
Eixo temático - Corona Vírus
Que tal trabalhar um Cordel?
Para iniciar, curta um vídeo muito interessante!
"O Corona Vírus em Cordel" é uma poesia de educação em saúde, que visa levar informação em forma de cultura, sobre esta doença que tem provocado epidemia mundial depois de surgir na província de Wuhan, na China.
Acessibilidade nas atividades
As atividades, textos e materiais devem ser planejados de acordo com as condições visuais e de leitura dos estudantes, por isso considere em seu planejamento:
- O texto precisa estar em letra de imprensa maiúscula?
- Preciso destacar os termos principais?
- Será necessário ampliar o tamanho das letras?
- É necessário um maior contraste para leitura? (fundo amarelo/escrita em preto ou fundo preto com escrita em branco)
- Além da ampliação necessita de apoio para leitura? Régua de leitura ou Tiposcópio?
Quer saber mais sobre o Tiposcópio acesse o Artigo Tenho um aluno com baixa visão. E agora?
Utilizar o vídeo e a leitura do texto poderá ampliar o debate do tema;
Lembre-se de ampliar o vocabulário do estudante, você poderá destacar algumas palavras para pesquisar o significado ou verificar com o grupo se são do seu dia a dia.
Outra contextualização importante é explorar o gênero textual - Cordel, o que é? Como se caracteriza? As rimas, estrofes? Referente a cultura de qual região, entre outros apontamentos;
Aproveite e explore a xilogravura - gravura feita com uma matriz de madeira (presente no vídeo), contextualizando esta expressão artística.
Sugestões de atividades a partir do tema
Utilizar o apoio visual para a organização do texto ou do conteúdo é uma forma de avaliar também a compreensão sobre o tema, mesmo não utilizando a forma escrita.
Aproveite as rimas para enfatizar conteúdos ligados a alfabetização ou à ampliação de vocabulário, lembre-se de organizar cada atividade com objetivos bem definidos
A partir do conteúdo estudado, é possível desenvolver uma série de atividades fundamentais ao processo de alfabetização, sem infantilizar ou descontextualizar o estudante.
Interpretação do Texto:
- Mantenha o texto próximo ao aluno como apoio visual e consulta;
- Organize o enunciado de forma objetiva e de acordo com as condições de leitura do estudante;
- Para estudante com dificuldades de leitura, o enunciado pode ser lido por outra pessoa;
- O uso de alternativas facilita a resposta, pois ele não precisa pensar na grafia neste momento;
- Além do exercício realizado, converse sobre o tema, verificando a coerência das respostas. Afinal precisamos ter certeza da efetivação da aprendizagem;
- Utilize, quando necessário, apoio de imagens para ampliar a compreensão.
O que achou das sugestões? Aproveite e deixe seu comentário!
Betina de Araujo Caballeria
Pedagoga habilitada na área da deficiência intelectual e visual (FEUSP).
Psicopedagogia com especialista em Distúrbio da aprendizagem.
Mestre em Educação(UNISAL).
Atuando desde 1998 na Educação Especial.
Mirtes Bueno de Freitas
Formada em Comunicação: Relações Públicas,
Pedagogia com Habilitação Ensino Deficientes Intelectuais e Visuais, Letras .
Atuando com Educação Especial desde 2000.