A Importância dos Livros de Imagens na Formação do Jovem Leitor
Por Adriana Dellamagna Wolff
Na estante de livros destinada a crianças em idade pré-escolar ou mesmo àquelas nos primeiros anos do ensino fundamental, encontramos diversos tipos de livros de histórias recheados de imaginação. Alguns transportam as crianças através de mundos mágicos com personagens fantásticos, terras distantes com costumes únicos, cenários divertidos e criaturas mirabolantes. Outras histórias retratam cenas mais parecidas com o dia a dia, o cotidiano das pessoas comuns.
Todas, porém, servem
para nos fazer refletir, imaginar, sonhar e desenvolver aspectos importantes da
nossa linguagem e comunicação.
Em geral, os livros para esta faixa etária são ricamente ilustrados, contém pouco texto ou uma narrativa com linguagem mais simplificada, ou até mesmo nenhum texto. E é sobre esta última categoria de livros, conhecida como livros de imagens (ou livro-imagem) que vamos conversar hoje.
As histórias contadas nos livros de imagem são elaboradas usando apenas as ilustrações como suporte ao roteiro. Neste gênero literário, os leitores são levados a observar, interpretar e participar ativamente da narrativa. Quando a leitura é feita em conjunto, mediador e criança leem e falam, estabelecendo uma conversa singular onde a criança é convidada a utilizar suas próprias palavras para contar a história.
Entender uma boa história sem o apoio das
palavras envolve a capacidade de interpretar visualmente um situação,
compreender o contexto, utilizar vocabulário adequado, além de ser um ótimo
treino de observação.
Neste tipo de leitura é importante dar tempo para que o estudante observe e converse sobre o livro antes de recontar a história com suas próprias palavras.
Se feito com pressa, as crianças podem deixar de perceber elementos visuais importantes que poderiam servir de pistas para o entendimento completo ou mais profundo da história.
Ler imagens com competência é uma habilidade cada vez mais necessária no contexto atual. Vivemos cercados por múltiplos estímulos visuais e por isso é importante que, desde cedo, as crianças sejam auxiliadas a ler imagens, atribuindo-lhes sentido. Tal capacidade será útil e necessária por toda a vida e pode ser fomentada pela leitura de livros literários infantis, especialmente aqueles sem apoio textual.
Considerados por alguns como livros "fáceis" e adequados apenas para crianças muito pequenas, estes livros representam uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento de várias habilidades leitoras, mesmo em crianças mais velhas e já alfabetizadas, que podem utilizá-los como treino de escrita criativa, ampliação de vocabulário, estilos de linguagem, tipos de discurso, entre outros.
Este tipo de livro também pode ser usado para estimular a independência, especialmente dos pequenos leitores. A criança se sentirá confiante e orgulhosa ao ser capaz de ler um livro sozinha. Criar experiências positivas com a leitura na infância é muito importante para que a criança se torne um jovem que tenha prazer em ler.
Segundo Ana Paiva e Flávia Ramos, no artigo "O não-verbal no livro literário para Criança", uma criança pode identificar livros sem palavras como "livros de pensar", pois deduz que "a imagem é mais aberta do que a palavra, mais plena, mais grávida de sentidos." A imagem não diz o que é para ser lido; "ela é sugestiva, expansiva." Para compreender o que é veiculado, o leitor deve traçar um percurso semântico e sintático, representacional e simbólico a partir dos elementos visuais percebidos.
Como já dissemos, os livros de imagens são um convite para que as crianças se tornem um participante ativo na história. Sendo assim, neste momento é importante que o mediador da leitura esteja preparado para acompanhar e responder a dúvidas e questionamentos que ajudem a criança a fazer as conexões necessárias, ampliando sua capacidade de entendimento da história e encorajando-as a contar a história, ao invés de apenas ouvir um adulto lendo.
Algumas perguntas que podem ser feitas a partir da leitura de livros de imagem e que ajudarão na sua compreensão são:
- Quem são os personagens principais?
- Onde se passa a história?
- Como os personagens principais se sentem no começo da história? E no final?
- O que será que o personagem está pensando? Como você sabe?
- Que problema eles estão enfrentando?
- Você concorda com a atitude dos personagens? Porquê?
- O que você faria no lugar dos personagens para resolver o problema?
- Quem são os aliados dos personagens principais? E os adversários?
Na literatura dirigida às crianças em geral, a imagem é linguagem imprescindível à manifestação do sentido textual e, ao oferecer ricas experiências de cor, forma, perspectivas e significados, contribui para desenvolver no pequeno leitor a capacidade de observação e análise, à medida que o desafia a examinar os detalhes e a construir inferências a partir deles.
Neste sentido, a escolha dos recursos e a qualidade da narrativa devem ser analisadas com cuidado pelo mediador, levando em conta os interesses das crianças e a qualidade imagética e temática. Nos livros onde a palavra está ausente, a criança é capaz de dar diferentes rumos para uma história proposta, envolvendo-se de forma mais intensa e estimulando sua criatividade.
Palavras e imagens, duas partes que se completam enriquecendo o universo infantil com momentos mágicos, divertidos e únicos. Cabe a nós, mediadores e entusiastas dos livros infantis, proporcionar conteúdos ricos e variados de leitura, seja ela verbal ou não-verbal, para que a criança desenvolva autonomia e prazer pela leitura.
Que tal conhecer essas duas obras?
Neste livro de imagens, a riqueza da floresta amazônica é mostrada através de lindas ilustrações e de uma inesperada aventura vivida por dois indiozinhos valentes. O tema tratado nesta obra revela que a vida dos animais da floresta pode sofrer ameaças quando menos se espera! Como será que os dois indiozinhos conseguiram resolver este problema? Acompanhe esta instigante história e conheça os 26 animais (com seus nomes populares e científicos) que fazem parte desta narrativa visual. Saiba mais em aqui
Neste livro de imagens, a aventura tem início com uma partida de futebol na praia entre dois amigos. Porém, ao chutarem a bola com mais força ela cai no mar e assim começa uma divertida viagem da bola.
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Adriana Dellamagna Wolff é designer, empreendedora e fundadora do selo editorial Story Lab. Junto ao ilustrador Adalberto Cornavaca publicaram os livros de imagens "A Floresta É Nossa Casa" e "A Viagem da Bola".